Quando estudei no colégio Frederico Soares, na Vila Popular em Campo Grande, conheci dois poemas famosos do poeta Carlos Drummond de Andrade.
O clássico “José” - trecho: (E agora, José? A festa acabou, a luz apagou, o povo sumiu, a noite esfriou, e agora, José?…)
e No Meio do Caminho - trecho do poema (No meio do caminho tinha uma pedra. Tinha uma pedra no meio do caminho. Tinha uma pedra. No meio do caminho tinha uma pedra…).
Entretanto, quando trabalhava no comércio dos meus pais, onde recebia no caixa, as notas de cinquenta cruzados novos, foi quando memorizei algumas estrofes do poema “Canção Amiga”.
Entre março de 1989 e setembro de 1992, os brasileiros carregaram na carteira a íntegra do poema "Canção Amiga", composto pelo mineiro de Itabira e um dos maiores escritores do país, Carlos Drummond de Andrade.
Foto 1
Passar pela orla de Copacabana e parar para tirar uma foto com Carlos Drummond de Andrade já virou tradição. Foto: janeiro de 2021.
A estátua do poeta, campeã de popularidade, foi instalada em 2002, ano de seu centenário. Inspirada em uma fotografia de Rogério Reis, a estátua está de costas para o mar do bairro onde o poeta mineiro viveu até sua morte, em 1987.
Algumas informações obtive no site: visit.rio.com.br
Foto2
Entre março de 1989 e setembro de 1992, os brasileiros carregaram na carteira a íntegra do poema "Canção Amiga", composto pelo mineiro de Itabira e um dos maiores escritores do país, Carlos Drummond de Andrade.
Os versos estão estampados na cédula de 50 cruzados novos, rebatizada de cruzeiro em abril de 1990.
Anverso da cédula de 50 cruzados novos (frente da nota), que trás a efígie do escritor e um trecho manuscrito do poema "Prece de um Mineiro no Rio":
Desprendido de imagens que se rompem
a um capricho dos deuses, tu regressas
ao que, fora do tempo, é tempo infindo,
no secreto semblante da verdade.
Foto:3
Reverso da cédula de 50 cruzados novos tras um poema de Drummond na íntegra
"Canção Amiga"
Carlos Drummond de Andrade
Eu preparo uma canção
Em que minha mãe se reconheça
Todas as mães se reconheçam
E que fale como dois olhos
Caminho por uma rua
Que passa em muitos países
Se não me veem, eu vejo
E saúdo velhos amigos
Eu distribuo um segredo
Como quem ama ou sorri
No jeito mais natural
Dois carinhos se procuram
Minha vida, nossas vidas
Formam um só diamante
Aprendi novas palavras
E tornei outras mais belas
Eu preparo uma canção
Que faça acordar os homens
E adormecer as crianças.
Foto 4
O poeta Carlos Drummond de Andrade tinha por hábito sentar-se num banco preferido na Praia de Copacabana, após seus passeios de fim de tarde.
Em 2002, o artista plástico também mineiro Léo Santana reproduziu fielmente nosso grande literato, legando ao Rio, um dos monumentos mais tocantes já concebidos.
Vandalizado diversas vezes, "Drummond" já perdeu os óculos mais de dez vezes, foi pichado, chutado, mas, segue presente na paisagem, contemplando a cidade que tanto amou, sobrevivendo entre um afago e outro - quando os vândalos lhe dão sossego - bem ali, junto ao mar, já que "No mar estava escrita uma cidade".
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